quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um passeio pelas gírias através dos tempos

Texto trabalhado no gestar – segunda dia 05 de abril de 2010.
GISSELE DOS SANTOS MEDNES.

Um passeio pelas gírias através dos tempos
(Um passeio por palavras esquecidas e necessárias para os jovens de hoje.)

Ainda garoto, tive uma desilusão, nos idos de 1930. Eu era um desabonado, pobre, necessitado, quase um miserável. Fiquei chateado . É fato, mas jurei me tornar um diplomata para nunca mais ouvir uma piada daquela mal amada.

Fiquei quase uma década me recuperando dessa malfadada sorte. Depois resolvi recobrar o tempo perdido e correr atrás de uma jovem, uma graça que conheci em um desses botequins que frequentava na época. Convidei aquela linda garota para assistir a uma comédia, a preferência do momento. Foi a maior bagunça. O pai da moça não gostou nem um pouco. Levei uma bronca. Só me esqueci desse infortúnio dez anos depois.

Fui recusado, um fato sem igual. Não seria fácil namorar aquela jovem. Ela não se esqueceu da confusão. Eu já estava passando da maturidade para a velhice, mas ainda era jovial e atual, um “jovem maduro”.

Além do mais, meu amigo, nos anos 60 eu não era nenhum homem feio. Era ainda simpático, tinha um carro do ano e uma conversa interessante. Desses de fazer qualquer jovem se apaixonar. E uma coisa era certa não era subserviente e andava na moda. Resolvi tomar coragem e falar com uma linda jovem. Estava a fim de uma jovem honesta que estivesse disposta a conversar. Mas ela zombou da situação. Veio com aquela conversa e eu, que estava eufórico, desiludi mais uma vez.

Mais 10 anos, companheiro, desisti da jovem que a essas alturas já era uma senhora, uma hippie. Não era mais uma linda jovem. E eu ainda era um homem simpaticíssimo. Um homenzarrão lindíssimo. Ainda estava a fim de uma jovenzinha. Com certeza! Tentei convencê-la. Que horror! Mais uma vez não deu certo. Ela não gostou da conversa. Errei mais uma vez! Foi Terrível a situação: ela me chamou de xingou e foi-se embora. O tempo passou!

Enveredei pela política. Virei um estudioso e trabalhador, fiquei caseiro, um homem tranquilo. Deixei de ser aquele jovem que só pensava no sexo a qualquer preço. Sem ligar para as coisas do coração. Meu negócio era status.
Comecei os anos 80 meio deprimido, trabalhando em uma economia falida. Preocupado com os ideais, vendo a beleza passar no movimento daquelas meninas com seus mini biquínis. Que maravilha! Como me senti atrasado!

Chegaram os anos 90 e eu decidi atualizar-me. Nas ruas, jovens faziam valer seus ideais. Já aposentado, por pouco levaria a fala de homossexual. As garotas da minha época viraram senhoras. Demorei demais. Fiquei muito tempo esperando. Vou recomeçar em outro lugar. Entusiasmei e comecei a paquerar, pensei. Atento, quis deixar de ser um chato e parti para o flerte. Não queria mais me decepcionar. Descobri que o namoro sem compromisso é excelente. Chega de relacionamento sério e tentar casar. Achei uma jovem descompromissada e fui paquerar. Sou homem. Estava convencido. Vesti-me com uma roupa adequada para a ocasião e fui à procura de uma jovem que fosse linda e que estivesse a fim de algo. Não sou nenhum pedófilo, mas resolvi criar coragem e me entregar para a primeira garota que estivesse a fim de andar de carro comigo. Estava disposto até a pagá-la se esse fosse o caso! Que vergonha!Foi um enorme vexame! Tive que arcar com as consequências de sair com a primeira que apareceu!


A essas alturas da vida, meu companheiro, não poderia escolher muito. O que pode querer um velho rico e solitário? Também não estava a fim de nenhuma senhora de meia idade. Estava me sentindo poderosíssimo. Mesmo meio sem jeito, fui em frente, flertei com a mocinha. A mal amada, me chamou de senhor. O azarado aqui ainda pensou que fosse um elogio. Mais uma mancada. É mesmo o fim do século. Fiquei doido, quando um rapaz chegou de lado e disse: “Muito obrigado! Presta atenção que eu vou-me embora com a mocinha”. Isso foi muito para minha cabeça! Outra desilusão esse meu coração cansado não aguentaria. Viajei no tempo... Até logo!...

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