quinta-feira, 11 de junho de 2009

Criação de trabalhos injuntivos

Data: 01 de junho de 2009
Objetivos: fazer um trabalho injuntivo;
1ª Atividade proposta: Leia sobre gêneros textuais (página 59 e 60) e responda às questões abaixo:
“... Os textos desempenham papel fundamental em nossa vida social, já que estamos nos comunicando o tempo todo. No processo comunicativo, os textos têm uma função e cada esfera de utilização da língua, cada campo de atividade, elabora determinados tipos de textos que são estáveis, ou seja, se repetem tanto no assunto, como na função, no estilo, na forma. É isso que nos permite reconhecer um texto como carta, ou bula de remédio, ou poesia, ou notícia jornalística, por exemplo.
O que é falado, a maneira como é falado e a forma que é dada ao texto são características diretamente ligadas ao gênero. Como as situações de comunicação em nossa vida social são inúmeras, inúmeros são os gêneros textuais: bilhete, carta pessoal, carta comercial, telefonema, notícia jornalística, editorial de jornais e revistas, horóscopo, receita culinária, texto didático, ata de reunião, cardápio, palestra...”
“...Identificar o gênero textual é um dos primeiros passos para uma competente leitura de texto...”
“... os gêneros textuais são inúmeros, dependendo da função de cada texto e das diferentes situações comunicativas. O mesmo não acontece com os tipos textuais, que são poucos: narrativo, descritivo, argumentativo, explicativo ou expositivo, injuntivo ou instruconal.”
1. Qual é a tipologia predominantes nos diferentes textos que se seguem:
Texto 01
Escorpião
23/10 a 21/11
Não é necessário isolar-se por causa de preocupações, há assuntos que são comuns a todos e que poderiam resolver-se em comunhão. Faça sua parte e preste um serviço às almas que se encontram em igual condição.
O Estado de S. Paulo, 16 fev. 2002, Caderno 2.

Texto 02
Gás [Do francês antigo gás termo criado pelo médico e químico flamengo Van Helmont (1577-1644)
S.m. 1. Fluido infinitamente compressível, cujo volume é o do recipiente que o contém. [Pl.: gases. Confrontar com gazes, pl. de gaze]
Gaze [Do francês gaze]
S.f. 1. Tecido leve e transparente; escumilha. [Pl.: gazes. Confrontrar com gazes, pl. de gás.]
Dicionário Aurélio
Texto 03
GAZE EM GAZA
Foram oito dias reconstituindo vítimas de bombardeios. O cirurgião plástico catarinense Zulmar Accioli de Vasconcellos voltou do Oriente Médio doutor em conflito. Depois de apresentar um trabalho em Paris sobre uma técnica de reconstrução de nervos paralisados, em janeiro , Vasconcellos foi convidado pela ONG francesa Médecins Du Monde (Médicos do Mundo) para uma missão na faixa de Gaza. Casado há cinco meses, sem filhos, ele diz que passou medo, mas não muito.

QUANTAS CIRURGIAS REALIZOU NA FAIXA DE GAZA?
Passei oito dias lá e fiz 16 cirurgias em 13 pacientes. Recuperei a orelha de uma criança que foi vítima de uma explosão com bomba, mas a maioria era caso de ´drop foot´ (pé caído), como eles chamam o paciente que levou um tiro no nervo da perna e perdeu o movimento. Há muitos casos assim – em geral, são meninos a partir dos dez anos.

POR QUE TANTO?
É que os palestinos mandam essas crianças jogarem pedras nos soldados israelenses, e eles, para não matar, atiram na perna.

QUAL A IDEIA QUE O SENHOR TINHA DA REGIÃO ANTES DE IR?
Me enganei com relação aos palestinos. Sabia que Israel era um país com estrutura de Primeiro Mundo, mas pensava que a Palestina era um grande campo, uma espécie de Afeganistão. Não é bem assim: eles usam telefones celulares, internet, toda essa tecnologia globalizada. E existe um esqueleto de Estado, tudo pronto para funcionar quando a guerra tiver um fim.

HOUVE BOMBARDEIO QUANDO O SENHOR ESTAVA LÁ?
De dia, só um. Foi em um domingo de manhã, eu estava no primeiro terço de uma cirurgia de seis horas. Mais dois à noite, quando eles atacam mais.

COMO REAGIU?
Não vou dizer que foi a coisa mais agradável do mundo. Me assustei a princípio, mas depois prosseguimos com a cirurgia enquanto as bombas explodiam lá fora. Eles só abriram as janelas, para não haver estilhaços.

QUE EXPERIÊNCIA TROUXE DO ORIENTE MÉDIO?
Em termos de cirurgia, não muitas. As de reconstituição que fazem lá são rotineiras no Brasil. O forte deles são as de emergência – chega paciente no hospital com tiro na aorta, por exemplo, que quase sempre acaba em óbito, e eles conseguem reverter. Mas a maior experiência é com o próprio povo, que é muito amigo. Aliás, não vi nem judeus nem palestinos civis falarem com ódio um do outro. Acho que a guerra não é um desejo do povo, mas uma função política e militar.
Revista da Folha, 24 de mar. 2002. Ano 10, n. 512, p. 22

2. Qual é o gênero dos textos citados?
3. Quais as características desses diferentes gêneros?
4. Onde esses textos são comumente encontrados?

2ª. Atividade proposta: leia a definição de intertextualidade (37, 38, 39). Após isso, leia os textos abaixo e responda às perguntas que se seguem:
“A intertextualidade é um recurso tão importante e tão recorrente que podemos afirmar que nenhum texto se produz no vazio ou se origina do nada; ao contrário, alimenta-se, de modo claro ou subentendido, de outros textos. Estudiosos do assunto chegam a afirmar que nenhum texto vem ao mundo numa inocente solidão, mas sempre faz referência a outro (ou outros) texto(s), em relação ao qual toma posição, seja para reiterar, seja para contestar, seja para subverter suas idéias. Em outras palavras: um autor faz referência a outro texto com o objetivo de apoiar o que já foi dito ou de dizer algo totalmente diferente, de criticar um ponto de vista, uma visão de mundo.
Assim, a intertextualidade tem um campo de ação tão amplo e profundo que é possível dizer que ela atinge todos os produtores de textos (importante frisar que se incluem os escritos e falados; os textos verbais e não verbais).”
Texto 04
TODO CAMBURÃO TEM UM POUCO DE NAVIO NEGREIRO
Letra: Marcelo Yuka/ Música: O Rappa
Parte I
tudo começou quando a gente
conversava
naquela esquina ali
de frente àquela praça
Veio os zomens
e nos pararam
documento por favor
então a gente apresentou
mas eles não paravam
qualé negão? qualé negão?
o quê que tá pegando?
qualé negão? qualé negão?
Parte II
é mole de ver
que em qualquer dura
o tempo passa mais lento
pro negão
quem segurava com força
a chibata
agora usa farda
engatilha a macaca
e escolhe sempre o primeiro
negro pra passar na revista
pra passar na revista
Refrão
todo camburão tem um pouco
de navio negreiro
todo camburão tem um pouco
de navio negreiro
Parte III
é mole de ver
que para o negro
mesmo a AIDS possui hierarquia
na África a doença corre solta
e a imprensa mundial
dispensa poucas linhas
comparado, comparado
ao que faz com qualquer
figurinha do cinema
ou das colunas sociais

Refrão
todo camburão tem um pouco
de navio negreiro
todo camburão tem um pouco
de navio negreiro
In: CD O Rappa. Warner Music Brasil, 2001.

Navio Negreiro
[...]
“Tu, que a liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
... Mas é infâmia de mais... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! Arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!”
[...]

5. O texto de Marcelo Yuka faz referência a um outro texto muito conhecido. Qual? Quem é o autor?
6. Como é conhecido o poeta Castro Alves?
7. Que figura de linguagem foi usada na resposta acima?
8. Reescreva um dos textos lidos em prosa, nas seguintes tipologias: descritiva, narrativa, dissertativa, injuntiva ou preditiva.
9. Você concorda com os títulos dados aos textos? Justifique.
10. Qual é o gênero dos textos em questão?
11. Faça um levantamento das marcas de oralidade encontradas nos textos estudados.

Professora:
Nilceni Pinto, Maria Brandão, Nilton Carneiro, Ana Lúcia Dotti, Luciene Caputo.

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