quinta-feira, 11 de junho de 2009

A pesca

Data: 01 de junho de 2009
Objetivos: usar as diferentes tipologias textuais;
Atividades propostas: a partir da leitura do poema abaixo, produza um texto em prosa com as seguintes tipologias: narrativa, descritiva, dissertativa, injuntiva ou preditiva.

A Pesca
Affonso Romano

O anil
o anzol
o azul

o silêncio
o tempo
o peixe

a agulha
vertical
mergulha

a água
a linha
a espuma

o tempo
o peixe
o silêncio

a garganta
a âncora
o peixe

a boca
o arranco
o rasgão

aberta a água
aberta a chaga
aberto o anzol

aquilíneo
ágil-claro
estabanado

o peixe
a areia
o sol

A sala ficou dividida em grupos de 03 alunos e a minha equipe ficou responsável pela Dissertação. Na equipe, cada membro produziu um texto diferente e os mesmos foram lidos em equipe e depois para toda a sala.
Cara ou coroa
O ato de pescar há muito tem sido associado a uma existência sem estresse, ou pelo menos a uma busca de qualidade de vida.
O cenário da pescaria de fato é algo mágico: as árvores, os pássaros,os lagos,o céu azul, o silêncio,enfim, a vida. Há vida! Ah, vida! O tempo assim... passando? Na verdade, é como se o ponteiro do relógio estivesse parado! Estar à beira de um lago a espera da hora certa. Uma espera vã, um momento de entrega ao bel prazer de se cumprir um ritual.
É difícil imaginar uma calmaria dessas nos tempos de hoje, em que deixa-se até de dormir a fim de “realizar mais”. Uma tarde em que se possa estar dedicado ao nada...
Por outro lado, a calmaria da parte de cima não se repete da de baixo: a água ,a linha, a agulha, o anzol,o rasgão,a chaga,a agitação, a morte! O tempo assim... voando? É como se o ponteiro estivesse correndo, uma luta contra o tempo, em que cada segundo faz a diferença. É preciso fugir da morte. Então realiza-se o ritual da morte para que se prolongue o ritual da vida! Injusto?
A vida, definitivamente, não pode ser vista de maneira unilateral. A ruína de alguns é a alegria de outros... maldito capitalismo.

Professora:
Nilceni Pinto

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